Capitulo 2


CAPÍTULO 2
ENQUANTO ISSO, NO MUNDO DAS SOMBRAS

Entre labaredas e gritos de dor, o Senhor das Sombras caminhava irritado de um lado para o outro. Ele só queria algumas informações. E ninguém era capaz de satisfazer a sua vontade.
Um voz trêmula se fez ouvir. Finalmente, tinha para quem dirigir sua ira.
- Meu senhor, ela ainda não foi encontrada.
- Não quero desculpas! Será que eu mesmo terei de ir ao Reino Intermediário para buscá-la?! Incompetentes! – guinchava ele.
- Meu senhor, se assim desejar, eu mesmo farei isso!
- Ainda bem que tenho alguém como você ao meu lado, meu odioso Faruk. – ele olhou aquele ser desprezível com fingida ternura. – Então vá e me traga notícias o mais rápido possível.
Enquanto Faruk, cheio de orgulho, saía para reunir um pequeno grupo a fim de realizar sua missão, o Senhor das Sombras voltava a andar de um lado para o outro pensativo.
- Ela será encontrada, meu Senhor. Jéssica não pode ter ido muito longe. – curvou-se Zivog, o Tenebroso. – O garoto não terá chances com uma cartada dessas.
- Meu plano é perfeito! Nenhum fedelho vai estragá-lo!
- Desta vez, o mundo das sombras sairá vencedor. – concordou Zivog.
- Não há como dar errado. O núcleo já está desacelerando e em breve, os efeitos irão surgir na superfície. Os seres humanos enlouquecerão... – sua risada sombria ecoou por toda parte. - E eu vou aproveitar cada segundo dessa loucura.
Faruk voltou com um grupo de cinco seres pálidos e ressequidos. Suas faces recobertas de dor e cabelos desbotados eram dignas de pena para quem presenciasse aquela cena.
- Não façam besteira, seus miseráveis! Se colocarem a missão em risco, sofrerão em dobro suas danações! – ele ameaçou.
- Estarão sob meu comando, oh, meu Senhor. Não se preocupe. – respondeu Faruk.
- Que assim, seja. Mantenha-me informado.
- Assim farei. – disse ele, curvando-se. – Escória humana, vamos! – chamou Faruk para que o restante do cortejo o seguisse.
Um grande portal negro se abriu e eles rumaram para a densa escuridão.
Chegando ao Reino Intermediário, uma brisa gélida soprava nervosamente. Diferente do mundo das sombras, o lugar era coberto de neve e estava tão frio que até os espíritos sentiam arrepios.
No Reino Intermediário encontravam-se aqueles espíritos de seres que não estavam nem mortos, nem vivos. Os humanos em estado de coma, por exemplo, aguardavam o desfecho de sua vida – ou morte – neste lugar.
Um garoto foi ao encontro deles, correndo.
- Ela chegou há pouco tempo... Mas então alguém falou que nós a estávamos esperando, meu lorde. – ele explicou assim que chegou mais perto.
- E então ela fugiu?!
- Sim senhor, mas todos estão caçando-a. Não levará muito tempo para que seja encontrada.
- Onde ela pode estar, humano? – Faruk interrogou cheio de fúria o trêmulo rapaz.
- Eu não sei, senhor. Pode estar em qualquer lugar do Reino Intermediário...
- Não posso esperar mais. Eu mesmo farei isso!
- Senhor, se quiser posso ajudá-lo...
- Fique aqui mesmo. Se ela voltar, peça aos paranormais que entrem em contato comigo.
- Assim o farei, senhor. – respondeu o garoto curvando-se rapidamente.
Faruk juntou a sua tropa para decidir o que fazer.
- Vamos nos dividir. Jéssica não deve estar muito longe.